sexta-feira, 3 de junho de 2011

"Tenho visto atentamente a aflição do Meu povo que está no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci a livrá-los..." Atos 7.34


Estevão estava discursando momentos antes de morrer por apedrejamento (Atos 7), e recitou as palavras que o Senhor proferiu a Moisés, quando decidiu tirar o Seu povo do Egito.
 
"Tenho visto atentamente a aflição do meu povo...". Que colocação extraordinária! "Tenho visto...", "não deixei de ver...", "estou vendo constantemente...", "tenho acompanhado com Meus olhos...", "não tenho deixado de observar...". É assim que Deus está o tempo inteiro: Nos vendo atentamente!
 
Muitas vezes nos sentimos tão sozinhos, tão inseguros, tão abandonados – inclusive pelo Senhor. Parece que estamos dentro de um poço bastante fundo, com muitas pessoas passando e jogando seu punhado triunfal de terra sobre nós. Todos nos vêem, mas ninguém se importa.
 
Só que o Senhor Se importa. E Ele não somente nos vê atentamente, mas também ouve o nosso gemido. Mesmo quando temos vergonha de comparecer diante dEle, ou simplesmente não temos forças para fazer isso, ainda assim Ele compreende nossas razões [embora quase sempre não concorde com nenhuma delas], e ouve os gemidos que nossas almas exprimem das suas profundezas, mesmo quando nós mesmos não temos consciência deles.
 
Os poderosos olhos de amor do Senhor estão atentos sobre nós, Se projetando para qualquer direção que nós formos, como gigantescos holofotes fixados no Céu acompanhando nossos passos.
 
E depois de tanto ver e ouvir, Ele sempre desce e vem, para livrar-nos em meio às aflições. Nem sempre vem colocar um fim no problema, mas sempre vem colocar um fim na nossa inquietação, na nossa descrença, na falta de Paz e de ânimo para continuarmos lutando. Nem sempre vem tirar-nos de diante das aflições, mas sempre vem tirar-nos da posição em que podemos ser consumidos por elas [desespero, desesperança, incredulidade, influências, fraquezas, perda da visão/audição espiritual...]. Pois nem sempre as coisas são resolvidas pelo Senhor do jeito e no tempo que nós desejamos que fossem, mas sempre são resolvidas por Ele da melhor maneira que poderia ser.
 
Por isso precisamos ir até o fim dos vales. O livramento do Senhor não destruiu o Egito para os libertar os judeus, mas tirou-os de um lugar de opressão e levou-os para o deserto, onde as provisões dependiam exclusivamente do Senhor. Ainda assim, por quarenta anos aquele povo viu a glória de Deus no deserto e Seus cuidados maravilhosos. Igualmente, nossas angústias não podem nos impedir de ver a glória do Senhor em meio às tribulações. Ele está lá. Sempre esteve. Ele está em todos os lugares e Sua presença é ainda mais intensa em tempos de aflições (Salmos 46.1).
 
Foi essa certeza que fez Estêvão relembrar e recitar as palavras do Senhor: "Tenho visto a atentamente a aflição do Meu povo que está no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci a livrá-los..." (Atos 7.34). Foi por isso que mesmo diante da morte, Estêvão conseguiu ver "os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus" (Atos 7.56). Foi por isso que ele não ofereceu resistência e se deixou serenamente ser conduzido ao seu matadouro (Atos 7.58-60). E foi por isso que nem a morte venceu o servo de Deus. Em vez de morrer, Estêvão adormeceu.
 
Pessoas assim não morrem, mas adormecem aqui e acordam no Paraíso.
 
 
Oremos:
Alarga a amplitude da minha visão, Senhor Jesus, para que nada me impeça de ver o Senhor onde eu estiver.  Como é bom ser lembrado logo pela manhã que ainda que o mundo inteiro me falte ou despreze, o Teu amor, a Tua bondade, a  Tua presença não me faltará. Ensina-me a encontrá-la sempre. E faze o mesmo por esta pessoa que agora faz essa oração juntamente comigo, no nome Santo de Jesus, cujos olhos permanecem atentamente sobre nós, e ouvidos sempre prontos a ouvir. Te adoramos e glorificamos! Amém.
Tia Patrícia

Nenhum comentário:

Postar um comentário